domingo, 9 de janeiro de 2011

Rota do Descobrimento março 2011


Essa será a minha companhia durante a cicloviagem.
Prado a Porto Seguro
Data: 5, 6 e 7  de março de 2011
Percurso: 151 km

Após análise detalhada do percurso a ser feito, acompanhado de minha bike (não esquecendo que o Edward e o Ronaldo são dois furões, marcaram e não vieram.), tomei a decisão e partir no dia 5 de março de 2011; sem noção como funciona a maré, sem saber se vou dormir em pousada ou na barraca. O meu objetivo é conhecer as belezas naturais das praias em um passeio emocionante e envolto de muitas expectativas.

Prado, sexta feira 4  de março de 2011
Comecei Almoçando e montando a bike na chegada em Prado
Na foto Allan, Bruno, Natalia e Nathalia
Estou na Bahia! Praia, coqueiros, água de coco e principalmente esse sol maravilhoso. E tive sorte, o sol me acompanhou os três dias da cicloviagem!


Quando cheguei em Prado depois de almoçar  e despedir do Allan, Nath, Bruno, e Nath, e combinar novo encontro em Porto Seguro, fui procurar pousada, afinal eu só passei e-mail  perguntando sobre preço, tive uma surpresa, as pousadas só vendem as diárias para casal mesmo estando sozinho, e com no mínimo de 5 dias (carnaval). A sorte que eu tinha enviado um e-mail para POUSADA ÁGUA DE COCO do Wander e Tatiana, Mineiros atenciosos, ele de BH e ela de Santa Luzia. Se conheceram ano passado em Prado no carnaval e se casaram. Como já atuavam na área de turismo resolveram investir em uma pousada. Compraram e resolveram tocar o negócio. A pousada fica perto do centro.

De manhã tomei café na companhia dos dois conversamos um pouco, arrumei minha bagagem e comecei o pedal.
Prado a Cumuruxatiba


 As pessoas ficam olhando meio sem entender. Eu na praia com aquela roupa toda e eles quase sem, passo eu, com minha bike cheia de mochilas, tênis, bonés, indo em direção ao nada com toda aquela bagagem. Assim, fui seguindo pelas praias nem tão desertas. Parei em cima de uma falésia para tirar foto.


Paisagens magníficas de um mar azul deslumbrante. Não aguentei a fui logo para praia. No meio do caminho tem a Praia da Paixão com uma cascata de água doce que cai na praia para o alívio de qualquer ciclista, um belo banho refrescante.
Logo depois encontrei mais um tubo saindo água da falésia 

Chegada em Cumuruxatiba, 28,14 km pela praia.


A pedalada pela praia foi muito tranqüila a maré estava baixa a areia durinha, tinha alguns riozinhos desaguando no mar que eu passava pedalando sem problema, até o Edward conseguiria facilmente. Cheguei a Comuruxatiba e fui pedir informações sobre pousadas e logo apareceu um rapaz de bike que me indicou uma casa dizendo que os ciclistas costumam ficar lá, não me lembro o nome do cara, mas teve a coragem de pedir R$100,00 por um quarto construído nos fundos do quintal da casa, simples de telha a vista sem ar e sem ventilador, claro não fiquei lá. Ele me indicou também um restaurante a kilo com uma comida muito boa e bem em conta tinha até lagosta. Depois do almoço novamente o problema das pousadas caras. Tive uma informação que a Pousada dos Corais, não era nenhum luxo, custaria R$100,00 sem café da manhã com piscina, ar condicionado e ventilador não se esquecendo da vista para o mar. Só tinha um problema, era meio escuro à noite o caminho do centro até a pousada. Aproveitei a piscina na parte da tarde, a noite desci para fazer um lanche e atualizar o Blog, e o Face book, pensei que ia ter dificuldade, mas foi muito fácil de encontrar uma lan. Na Pousada tinha um índio trabalhando que mora em perto de Caraíva e me confirmou que dava para ir pela praia.


No dia seguinte, depois de uma revigorante noite de sono e do excelente café da manhã na  padaria, fui para a praia continuar minha cicloviagem. O cartão postal de Comuruxatiba é um velho píer, caindo aos pedaços. A praia não é das mais bonitas. Estava vazia, afinal era cedo. Resolvi ir para a Ponta do Corumbau, que era o meu próximo ponto de referência. Encontrei uma falésia que aquele índio não citou no seu relato, impossibilitando a minha passagem pela orla. Mas valeu a pena a escalada, a vista compensou, para subir até tentei com a bagagem na bike, mas tive que tirar e carregar uma a uma e depois a bike.
Olha só a vista


Uma estradinha passando dentro de uma fazenda até chegar a praia novamente
Durante a maré baixa é possível pedalar tranqüilamente pela areia, que fica mais dura. Depois de tomar uma água de coco, debaixo de uma grande arvore que proporcionava uma sombra bem agradável e conversar com alguns turistas que estavam bastante curiosos com a minha façanha, (achei também que pelo tamanho exagerado da minha bagagem eles pensavam que tinha vindo pedalando de BH), ficavam admirados com que eu estava fazendo continuei a pedalada pela praia até chegar ao rio Cahi.




 No caminho encontrei uma casa bem estranha abandonada com pedras e corais de acabamento.




Chegando ao rio Cahi deixei a bike e fui andar dentro do rio para ver qual melhor opção para atravessar.

Parecia fácil, mas a correnteza é forte. Essas 3 fotos foram tiradas por umas garotas que estavam na margem do rio tomando sol e doidinhas para perguntar de onde eu vinha e para onde eu ia. Foi só eu pedir o favor para tirar as fotos que saciei a curiosidade de todas. Quando falei que o percurso seria mais ou menos 150 km uma me chamou de louco. Segui meu caminho até ponta de Corumbau, as praias são maravilhosas.
Se não fosse as fotos como eu ia explicar essa beleza?



Chegada a Corumbau pela praia
Em Corumbau

Travessia de barco a maré já estava mais cheia e resolvi não me arriscar, quando perguntei o preço o índio bem esperto quis me cobrar R$10,00, não concordei. Ai que ele me disse que o normal era R$3,00, mas tinha que cobrar pela bike também, acabei negociando e pagando R$5,00



Deste ponto em Corumbau não tirei foto, mas tem uns bugues para passeio até Caraíva. Ai que vi meu grande erro.

Primeiro levei bagagem de mais, mesmo no carnaval, procurando acaba achando pousada com preço aceitável, não justo, que é muito melhor pagar do que dormir em barraca, e evita ter que levar peso (barraca, colchão). Pois é depois de empurrar a bike por uns 5 km porque a areia a partir dali é muito fofa e não tinha condição nenhuma de pedalar, senti que aquele bugues seriam muito útil para mim. Mas como não sou de voltar, vi um nativo caminhando sentido contrario a mim, parei e perguntei se demorava terminar aquela areia fofa. Me mostrou um mastro no meio da praia uns 2 km mais a frente dizendo que a partir dali havia uma estrada de barro (chão batido, durinho), bela ilusão era mentira, ai se passaram 7 km, me veio a lembrança daqueles bugres mas, voltar? jamais. 1 km a frente encontrei uma casa com uma mulher lavando roupa no quintal, cheguei até a ela perguntando sobre estrada que o nativo tinha me falado. Me informou que seguindo a estradinha que agora entrava para dentro da aldeia mais uns 3 quiloooooooooooometros empurrando a bike eu chegaria a tal estrada bem na entrada da aldeia, graças a Deus ela não mentiu. Antes de seguir pedi que enchesse as garrafinhas com água, com muita atenção foi até a casa e buscou uma garrafa de dois litros geladinha, que delícia. Olhando para o tambor onde ela tirava a água para lavar roupa vi aquela água limpinha e aquele balde ao lado, não resisti e perguntei se podia usar. Novamente muito prestativa liberou, eu enchi o balde e despejei por cima de mim refrescando e me reanimando para mais 3 km de empurrada. (Faltou um companheiro para registrar esse momento, não tive coragem de pedir a mulher, afinal ela estava sozinha não queria confusão). Segui e realmente depois de 3 km chegou a tal estrada que depois de 5 km me levou na entrada de Caraíva. Na entrada, porque na chegada em Caraíva tinha duas ruas que levaria ao centro onde havia pousada e restaurante. Uma rua era de areia fofa igual aquela que eu tinha empurrado a bike e a outra também para meu desespero. O primeiro nativo que apareceu na minha frente logo se prontificou para me levar até às pousadas, cansado, a mulher deve ter visto minha situação e resolveu aproveitar e cobrar R$200,00 por uma noite num quarto simples. Resisti e pedi ao guia que levasse para um acampamento que não fosse muito longe dali, afinal teria que empurrar a bike. Mais uns 200 metros cheguei até ao acampamento que me custou R$10,00, pelo preço dá para sentir que a estrutura não era grandes coisas, mas consegui montar a barraca de quando estava deitado descansando cheguei a conclusão que levei peso para mais, poderia ter empurrado a bike do mesmo jeito só que sem o peso extra seria bem mais fácil cansaria menos e poderia estar menos cansado para procurar outra pousada bem mais barata. Fica para o ano que vem. Caraiva tem um restaurante no centro com preço bem mais barato do que na praia, o peixe acompanhado com arroz feijão e algumas verduras estavam muito bom, não, eu não estava varado de fome tava bom mesmo. 

Não consegui marcar o km desse percurso acho que andei tão devagar que o velocimetro marcou só 7 km, mas pelas informações tem 16 km.
No outro dia bem cedo resolvi que não esperaria a maré baixar para seguir pela praia, afinal seria uns 5 km que eu não conhecia. A próxima praia seria do espelho que já que tinha feito esse percurso no ano passado só que vim de Trancoso até praia do espelho pelas praias e trilhas. Atravessei o rio Caraívas de barco e peguei a estrada para Trancoso.


Seguindo pela estrada passei pela fazenda dos búfalos

Entrada da fazenda dos búfalos


 Chegada no quadrado em trancoso
 Mirante no quadrado em trancoso
 Arraial D´ajuda
 Uma coisa boa, atravessar de bike de Ajuda para Porto não precisa pagar 
 Porto Seguro
 Chegada no condominio
 Caraíva até no condominio que fica em frente ao axe moi, 71 km 
 a turma tava me esperando
 Aprendam! Apos fazer o que gosta, a obrigação (fazer compras no supermercado), não importa o quanto pedalou.  
Assim acaba a minha cicloviagem.